quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Lembranças

Apenas um retrato velho.
A imagem já disforme e amarelada
E moldura enferrujada,
No meio das muambas esquecidas.

Teu rosto não me remete à nenhum afeto
Somente mágoa escorre pelo meu rosto
E os meus olhos so veem sobra em tua face
Ah! Como tudo em ti é fosco.

Um estranho que aparece repentinamente
Será que minha casa está em sua rota de destino?
Mas logo se vai, distante...
Sem deixar rastros, somente marcas pronfundas

Onde será este lugar?
É tão longe, acho que não existe
Tudo feito de papel (neste mundo meu só)
Rabiscados por autores sem nome

Apenas de uma certeza me cerco
De pura mentira tu és feito
Se é que existe tua vida
Se é que a vida exista.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Múrmurio

Em meio a tantas prosas de meia boca, sigo
Já desinteressado por esse riacho sem peixe grande
Me contento com coisas tão pequenas faz tempo
Desde que me entendo por gente
Sou prova viva dessa lamúria.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fugitiva

Jogo no espaço, no raio, no laço
na fresta, na aresta
que já quase se fecha
Essa aflição que mim alfineta.

Amarro meu sapato
Caminho, corro
Rua, estrada e viela
Casa , nuvem e além.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Desapego

Viver a vida em puro extase 
Contínuo e inacabado
Andar sem destino 
Falar sem objetivo
Sem convecer, nem ser convencido
Chorar sem um verdadeiro motivo
Sentir as lágrimas quentes a escorrer pelo rosto
Sentir o sorriso que desabrocha sem explicação
Sentir os passos no chão
Ser subjetivo
Ser além do real
Ser água, ponte
Mar aberto e terra firme.

'

Escrevo não pela criatividade, Deus sabe como esta me falta e se perde com tanta facilidade. Escrevo pelas minhas mãos ansiosas que se expressam involuntariamente, em convulsão, pela mente vonlutariosa que se abre inebriada e leve logo após regurgitar palavras mil que nem sempre fazem sentido literário, mas é como puro desabafo de um ser preso em seu próprio corpo, por barreiras um tanto invisíveis, com tamanhas regras a seguir e tantos medos gigantes a assombrar, é o desabafo do pássaro em uma gaiola que sonha com a liberdade.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Obstáculo



Sair deste mundo que insiste em me fazer engolir

Realidade pura e amarga

Penetrar numa imensidão de sonhos que jamais vividos

E em demasia saciar estes sentimentos de loucura que sufocam


Entorpecer de sentimentos que não pereçam

Desculpando a própria culpa que corrói o âmago.

 Fogo abrasador, desatina o mais racional dos seres,

Num amiúde borboletear a provocar vertigens.


Nada serei, nada viverei,

A criação dos próprios sentimentos em carne.

Ilusionismo, a face de um erro.

Obsta o percorrer da vida, um rio intermitente.





Daniela Caroline

Quem te conhece, não esquece


Sou filha dessa terra
de tantos mares de morro
de horizontes tão belos
que emolduram o céu infinito

Sou filha dessa terra
de construções antigas, barrocas
de construções modernas,
tecnologias a todo vapor!

Sou filha dessa terra
de velhas marias-fumaça
que tem cheiro de cerrado
e gosto de pão de queijo

Sou filha dessa terra
de raízes profundas
de boa gente
que se agrada de uma boa prosa

Sou filha dessa terra
filha da capital
de bares em cada esquina
e comida boa

Sou filha dessa terra
Sou de MInas, Uai!
Com muito orgulho
Com muito amor!

Estações da vida



Consciente da própria incoerência
Caminharei sobre as folhas de Outono
Murchas e secas
como quem sobre elas caminha

Passarei por este inverno
Claro, mas rigoroso
Gélido para a própria alma

Com um fio de esperança
ainda permaneço a espera da primavera.
Que ela traga novamente as cores
e os ares de outrora

Mas o verão para mim
é fruto de minha ínfima imaginação
não tem forma
é distante
quanto um barco indo em direção ao horizonte.

terça-feira, 30 de março de 2010

Madrugadas de Insônia

Minha casa dorme num sono profundo
inabalável, imperturbável
Luzes apagadas denunciam a aérea de descanso que paira sobre o lar

Ouço o ressonar que saem dos quartos
Os móveis gemem
parecem se esticar de tanta preguiça noite a dentro.

Ouço também grilos cantando lá fora
com energia que surpreende
E se misturam ao som de motores e buzinas.
Um avião que vai ao longe
e arrasta com ele toneladas de ar
que insistem em se mover.
Rodas de carros e caminhões
que levam consigo pessoas que tem pressa de chegar a seu destino.

Olho para o céu entre as gretas da janela
ele está negro, rajado de nuvens acinzentadas, espaças
parecem querer pintar um raríssimo quadro.
A lua alheia ao mar de nuvens a sua volta
insite em brilhar no infinito céu.

Tanto alvoroço lá fora
mas o céu e minha casa...
parecem compartilhar da mesma infinita paz.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Íntimo


Joguei todas as tintas
sobre a tela branca.
Pintei sem querer
meus segredos.
Expressei sem querer
minhas emoções.

Efeitos do Álcool

Sobe o vapor etílico
Um silêncio pertubador paira
E se apossa de mim um barulho ensurdecedor

Transformações em puro extase
Tristeza.Euforia.
Chora...gargalhadas

Palavras flutuam
Verbos sem ações efetivas

O chão se movimenta
sem destino, mas determinado
As paredes me prensão
Sinto-me em cima de um pião
que acaba de ser lançado
Pinto o arco-íris em preto e branco

Sobe o vapor etílico
Enlouquece os sãos.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Imaginar sem Limites

Vagando sem destino
Numa imensidão de mar
Onde a luz se funde aos objetos
e manipula o nosso olhar
e o azul se confunde com o infinito.

A liberdade aqui não faz sentido,
simplesmente por não existir realidade oposta
(Afinal o que seria o "bem " sem o "mau")

Sem esforçar se perde o chão
Toca o arco-íris e muda as cores de lugar
Num descuido escorrega
e cai num pote que todos duvidaram existir

O piscar de olhos é infinito
O tempo não segue em linha reta
Risca cursos, cria curvas, faz a forma que desejar.

E continuo vagando sem destino...e só.
Sem nem mesmo sair do meu quarto.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Incomodo Prazeroso


Minha cama tem cheiro de amor
Desejo, vontade
Tudo junto, misturado.

Cheiro de puro sono,
aquele sono que se consuma em mármore
Cheiro daquele perfume
já quase extinto.

Cheiro de puro pó
que se acumula durante dias
sob o mormaço do sol.

E agora, com estes lençóis tão esticados
de forma simples e jogada
ainda sinto esse cheiro que me incomoda
de forma inebriante.

Colecionando Sonhos


Quero me jogar na areia quente e sentir a água que chega silenciosa e sapeca brincar com os meus pés.

Quero sentir seu braço forte me apertar contra seu peito, enquanto sua mão afaga meus cabelos e seus dedos percorrem ligeiramente meus lábios.

Quero encher baldes de tempo que não passa, de tempos que o relógio corre sem cessar e cessa sem correr.

Quero colecionar coisas que todo mundo tem, brincar de roda, ciranda, pulando corda até cansar.

Quero querer sem fins, sem motivos para querer, quero sonhar pois nada se paga.

E de tanto ajuntar tanto querer, e sonhar sem ao menos saber o porquê, colecionadora de sonhos me tornei.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fatal

O coração é arrancado do peito
A parede branca se pinta de um vermelho profundo
A respiração ofegante e frágil
O cérebro cansa
Uma tonela de ferro maciço o prensa contra o crânio
Os braços amolecem
É o fim.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Dia de Tédio


Ar viciado ocupa toda sala
O oxigênio é quase nulo, se extigue
Sufocante e quente.

Os mesmos gestos, inquietos, repetitivos
A preguiça esta com preguiça de brincar
O vento se arrasta e não ousa mover um galho.

Movimentos demasiadamente vagarosos
O sol não se move no céu,
O dia parou e continuamos a viver.

Na Varanda

Chego, sento, observo
O franzir no canto dos olhos
As mãos que se esfregam com ansiedade
Os lábios que se abrem em grandes gargalhadas
As bocas se escancaram em gritos de euforia

Um véu espesso cai
Toda algazarra ocorre em câmera lenta
Não me sinto parte do momento, destôo da decoração
Apenas figurante de algo que não pertenço
Objeto deixado de lado sem mais utilidades

Assuntos que todos conhecem de muito
Olhares que respondem perguntas não feitas
Não entendo, Não compartilho, Não compreendo
Sou carta fora do baralho
Falo outra língua, pertenço a um lugar desconhecido.

Luz, Brasileiro, Ação !

Dorme. Ronca. Sonha. Acorda. Beija. Banho. Café. Beija. Sai. Caminha. Espera. Ônibus (lotado). Trânsito. Ônibus. Trânsito. Briga. Estressa. TRABALHA. Sorri. TRABALHA. TRABALHA. Almoça. TRABALHA. Sorri. TRABALHA. Cansa. Conversa. TRABALHA. Cansa. Discuti. TRABALHA. Cansa. Conta Piada. Sorri. TRABALHA. Espera. Ônibus (lotado). Trânsito. Espera. Espera. Estressa. Ônibus (lotado). Trânsito. Caminha. Cansa. Chega. Beija. Briga. Janta. TV. Futebol. Cerveja. Desculpa-se. Beija. Ama e beija. Sonha. Dorme. Sonha.
Uma rotina sem fim, sem pontos finais.


sábado, 2 de janeiro de 2010

Personalidade

Vinícius, Vitor e Vando, amigos inseparáveis, no entanto com personalidades fortes. Vinícius sempre indiferente a tudo, prefere não se envolver com nada e viver caminhando "no mundo da lua", porém, Vitor é diferente, sempre atento aos detalhes que o cerca, o dito valentão mas ciumento, Vando, romântico, apaixonado com a vida ou simplesmente com aquele que lhe dê o mínimo de atenção, sempre carente e afetivo.
Os três , ainda jovens, nunca haviam se envolvido em um relacionamento amoroso com alguém, por um longo tempo apenas aquela forte amizade bastou para eles.
Em uma noite, em que as estrelas cobriam o céu em ua harmonia primorosa os três saíram para caminhar pela praia, afinal era festa na cidade e esta estava agitada e pipocava de turistas que aproveitavam para conhecer aquele lugar que parecia ter saído da moldura de um quadro. Areia branca, a água do mar ainda quente, os amigos apesar das marcantes diferenças adoravam aquela sensação de liberdade, quando o vento varria seus cabelos e a água molhava seus pés, foi neste momento que Vando avistou Anastácia.
Uma menina fascinante seus longos cabelos ruivos esvoaçavam com vento e contrastavemcom seu lindos olhos cor de folha seca. Vando foi atraído como se houvesse um campo magnético e como se fosse irresistível ele se aproximou para se apresentar e era como já se conhecessem a muito, a conversa fluía, parecia que existia óleo entre as gretas, e neste momento de fundamentou uma grande amizade.
Vinícius apoiava o amigo, apesar de não se envolver, Vitor nem tanto, sentia uma ponta de ciumes crescer dentro dele.
Os dias se passaram e a amizade enre vando r Anástácia ja era bem maior que uma simples amizade, Vando a amava mas Vitor sempre dizia "Não se deve demonstrar seus sentimento, as mulheres são manipuladoras e vai usar seus próprios sentimentos contra você", e Vando depois dessas palavras se sentia reprimido e acabava concordando com Vitor, demonstrar o que sentia seria arriscado, enquanto isso Vitor de alguma forma se sentia mais feliz.
Vando e Anastácia marcaram um encontro, naquele dia havia o mais lindo pôr-do-sol e Anástacia não podia estar mais bela, usava um simples vestido de malha num tom creme e um desses colares compridos de pedras coloridas comprados em feiras de artesanato, mas para Vando era a visão de um anjo. Vando sabia exatamente o que iria fazer, não imprtava o que Vitor dizia, aquele seria um dia especial.
O casal caminhava a sós pela praia os dois estava radiantes, logo se sentaram perto de um coqueiro, que se agitava violentamente com o passar da brisa do entardecer e naqueles arredores a praia se encontrava deserta. Durante todo tempo que conversaram Vando queria abrir seu coração para aquela menina tão adorável, mas algo dentro dele não permitia, foi quando Anástacia disse que tinha algo muito importante para dizer e que não suportava mais esconder e como um explosão as palavras saltaram de sua boca "Eu te amo". Anástacia continuou a dizer muitas coisas depois dessas palavras, no entanto Vando já não a escutava, queria retribuir aquele amor mas Vitor estava furioso, o ciume tão pequeno havia crescido e estourado, parecia um vulcão em erupção, Vinícius não entendia o motivo daquele alvoroço e queria acalmar Vitor contudo este não se continha, e no momento Vando so sentia medo e queria se esconder. A pobre menina tinha em seu rosto estampado o pavor, não entendia o que estava acontecendo, foi quando as mãos de Vitor se estenderam em sua direção e dentro de alguns segundos o corpo de Anastácia caiu inerte na areia da praia, os três choravam como crianças, Vando gritava por socorro, Vitor não entendia o motivo pelo qual tinha feito aquilo com a garota e Vinícius só se perguntava "por quê?". e as luzes se apagaram.
Os olhos se abriram, Parecia haver passado uma eternidade, estavam em uma sala branca com paredes acolchoadas e vestinha roupas estranhas que os apertavam com muita força, por um segundo acharam que estava mortos, mas não importava onde estavam, começaram a acusar um ao outro por aquele fim trágico e entraram em uma briga corporal insana, pela câmera que vigiava a sala viasse apenas um corpo solitário se debatendo no chão. A porta da sala se abre, homens vestidos de branco caminham pela sala em direção a eles, e um deles conhecido como Dr. Petter, um renomado médico psiquiatra, aplica a injeção, e novamente o mundo se torna trevas para aqueles grandes amigos, ou agora, inimigos, mas de qualquer forma inseparáveis.